“De quatro em quatro dias (uma semana iorubana), Iku (a Morte) vinha à cidade de Ilê-Ifé munida de um cajado (opá iku) e matava indiscriminadamente as pessoas. Nem mesmo os Orixás podiam com Iku.
“Um cidadão chamado Ameiyegun prometeu salvar as pessoas. Para tal, confeccionou uma roupa feita com várias tiras de pano, em diversas cores, que escondia todas as partes do seu corpo, inclusive a própria cabeça, e fez sacrifícios apropriados. No dia em que a Morte apareceu, ele e seus familiares vestiram as tais roupas e se esconderam no mercado.
“Quando a Morte chegou, eles apareceram pulando, correndo e gritando com vozes inumanas, e ela, apavorada, fugiu deixando cair seu cajado. Desde então a Morte deixou de atacar os habitantes de Ifé.
“Os babalawos (adivinhos e sacerdotes de Orunmilá) disseram a Ameiyegun que ele e seus familiares deveriam adorar e cultuar os mortos por todas as suas gerações, lembrando como eles venceram a Morte.”
Egun é a terminação do nome de Ameiyegun, e é como hoje são conhecidos os ancestrais do seu clã (Egun ou Egungun). É a vitória da vida pós-morte: como no mito em que a vida venceu a morte, da mesma forma os Eguns se apresentam, hoje, cobertos de panos e portando um cajado.
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